Palavra-chave foco: Simples Nacional
Uma promessa de simplificação com efeito colateral
A proposta de Reforma Tributária no Brasil chegou com um discurso claro: desburocratizar o sistema e promover justiça fiscal. Mas, para quem atua no regime do Simples Nacional, especialmente nas áreas de comércio e serviços, o cenário pode se inverter. O que era para ser um avanço pode se tornar um risco real de aumento de carga e complexidade — e isso afeta diretamente milhões de pequenos negócios.
Um estudo recente da Revizia, apresentado à Fecomercio-SP, revela que o novo modelo híbrido do Simples pode tornar esse regime mais oneroso que o Lucro Real ou Presumido, desafiando a lógica que sustentou sua criação.
A dor por trás da mudança: mais tributo, mais controle, menos fôlego
A principal ameaça? A substituição da tradicional guia unificada do DAS por um recolhimento fragmentado de IBS e CBS, com alíquotas de até 27,25% somadas a encargos sociais. Na prática, isso implica:
- Aumento da carga tributária para diversos perfis de empresa
- Obrigatoriedade de controle de créditos e débitos fiscais
- Mais dependência de ferramentas tecnológicas e apoio contábil externo
Para micro e pequenas empresas com estrutura enxuta, o risco é claro: mais esforço para manter a conformidade e menos margem de segurança no fluxo de caixa.
Simples pode sair caro: quando o Lucro Real é mais vantajoso A simulação feita com 164 empresas revelou que, embora o novo Simples apresente carga média 21,6% menor que o Lucro Real, há casos em que este último é mais econômico. Isso depende de variáveis como:
- Regime tributário dos fornecedores (impacto nos créditos)
- Atuação B2B (com geração de crédito) ou B2C (sem repasse)
- Volume e tipo das despesas dedutíveis
- Estrutura de folha de pagamento
Essa complexidade exige uma análise tributária criteriosa — uma escolha errada pode consumir a rentabilidade do negócio.
Para o PJ de tecnologia, o alerta é duplo
Se você é um prestador de serviços PJ na área de tecnologia, especialmente no modelo B2B, precisa estar ainda mais atento. A dificuldade de repassar tributos e a obrigatoriedade de apuração detalhada de créditos pode:
- Tornar seus serviços menos competitivos
- Reduzir margem de lucro
- Impactar diretamente sua sustentabilidade no médio prazo
O que fazer agora? Ações práticas e orientação estratégica
- Revise seu regime tributário com dados reais
Ferramentas como a da Revizia permitem simular cenários com base em NFes, folha e PGDAS. Use essa inteligência. - Converse com seu contador com urgência
O momento exige planejamento tributário personalizado, e não decisões automáticas com base em regime “de sempre”. - Monitore o debate da Reforma
As entidades de classe estão começando a se mobilizar. É hora de acompanhar, participar e pressionar por ajustes na proposta.
📌 Valor adicional: Checklist de avaliação tributária para PJs
Antes de decidir seu regime fiscal, considere:
✔️ Quem são seus principais fornecedores?
✔️ Você atua mais com empresas (B2B) ou pessoas físicas (B2C)?
✔️ Qual o percentual da sua folha em relação ao faturamento?
✔️ Você emite NFSe ou NFe?
✔️ Tem apoio contábil especializado ou depende de soluções automatizadas?
Conclusão: Simples, só no nome
O Simples Nacional sempre foi visto como uma porta de entrada para o empreendedorismo formal. Mas, com a proposta da Reforma, ele corre o risco de se tornar um labirinto tributário sem saída para quem não estiver preparado.
A Rio Lex segue acompanhando de perto os desdobramentos desse cenário e orientando profissionais PJ com conteúdo técnico, claro e estratégico. Conte com a gente para entender, se adaptar e manter sua empresa segura — inclusive diante das transformações mais complexas do sistema.
Precisa de uma análise do seu regime tributário atual? Fale com nossos especialistas e evite surpresas com o novo Simples.
Conteudo curadoria realizado por Adauto Junior

