Brasil bate recorde de emprego e de impostos

O Brasil acumulou um saldo de 962.327 empregos formais criados entre janeiro e abril, estoque equivalente a quase todo o contabilizado no ano passado inteiro (995.110). Os bons resultados da economia, que se recuperou dos abalos da crise internacional com a Expansão do crédito e do ganho das famílias, garantiram recordes históricos tanto para o primeiro quadrimestre do ano como para meses de abril, que terminou com a geração de 305.068 vagas. Os dados são do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), apurados pelo Ministério do Trabalho (MTE) e divulgados ontem.

O ministro do Trabalho, Carlos Lupi, reavaliou a estimativa do saldo de ocupações com Carteiraassinada, que passou de 2 milhões para 2,5 milhões. O comportamento nos três primeiros meses da agricultura, indústria e Serviços me deixam seguro para ampliar a expectativa, disse. Para maio, a projeção do ministro é mais modesta: entre 240 mil e 280 mil postos.

Lupi também explicou a evolução ascendente da curva de emprego neste início de ano. Estão sendo ocupadas as vagas dos demitidos em 2009 e aquelas que atendem ao Aquecimento daDemanda dos últimos tempos, disse, ao se referir, principalmente, à indústria de transformação. Esse setor avançou 1,09% em abril, em comparação com março, resultado que ficou atrás somente da agricultura (2,63%). A construção civil também acumula saldo positivo: 1,61% no mês passado e 14,07%, em 12 meses.

Entre todos os ramos industriais, o segmento de calçados merece destaque. No ano passado, os calçadistas (1)foram atingidos em cheio pela queda nas vendas e pela concorrência com produtos asiáticos. Em recuperação, tiveram a maior alta do quadrimestre (10,21%).

Serviços
O setor de Serviços também colaborou positivamente para a geração de emprego no acumulado do no ano (0,72%). Essa fatia da Economia foi responsável pelo maior volume de vagas por três meses consecutivos: 96.583 (abril), 106.395 (março) e 85.607 (fevereiro). Quando os trabalhadores passam a ganhar mais, seja porque o salário está melhor ou porque há emprego, passa a existir mais demanda, aquecendo a Produção industrial e, por consequência, o consumo de serviços, detalhou Lupi.

Por motivos semelhantes, mas de forma mais tímida, o comércio mostra sinais de recuperação dos níveis pré-crise ao acumular altas entre janeiro e abril. Tanto o Varejo quanto o atacado tiveram volumes recordes no último mês: 34.015 e 6.710, respectivamente.

Lupi tratou com ressalvas as medidas adotadas pela equipe econômica para conter a inflação, como o aumento na Taxa de Juros e o corte de R$ 10 bilhões no Orçamento. A China tem índices de crescimento de dois dígitos e ninguém pede para que ela cresça menos. O nosso país tem que acabar com o complexo de inferioridade, criticou. Para ele, não há Risco de o país cair na armadilha do aumento de preços. O consumidor sabe valorizar seu salário porque sabe que o único que perde com a Inflação é o assalariado.

Ainda assim, ele ponderou que não há razões para confrontar as definições do Banco Central e do Ministério da Fazenda. Garanto que não vão existir cortes nos Investimentos já planejados. O que serão reduzidos são as contas de Custeio e os novos investimentos, disse.

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